Na internet estamos acostumados com conteúdos que surgem e desaparecem em um piscar de olhos, mas as informações podem não ser tão efêmeras como parecem. Neste vídeo vamos apresentar formas de acessar o “museu da internet” e seus arquivos muito bem guardados, mas disponíveis.
Olá, chagamos ao último capítulo da jornada! Nos módulos 1, 2 e 3, mostramos como você pode virar um expert em investigar conteúdo nas mídias sociais e na internet. Agora vamos mostrar como você pode resgatar websites e informações que já foram "apagadas" da internet. Aperte os cintos, porque essa vai ser uma viagem para o passado! Na internet estamos acostumados com conteúdos que surgem e desaparecem em um piscar de olhos, mas as informações podem não ser tão temporárias como parecem. @eitaterry vai nos ensinar formas de acessar o passado (da internet) com ferramentas simples. Lembre-se: a internet nunca esquece.
Já ouviu dizer que a Internet não esquece, né? Pois agora é hora de usar isso contra os fake!
Pois é: praticamente tudo o que foi postado um dia na Internet pode ser recuperado de alguma forma - tanto para o bem quanto para o mal. Já estamos bem acostumados a ouvir isso para ter cuidado na hora de compartilharmos informações, mas pouco se fala sobre como podemos usar esse arquivo a nosso favor.
Uma ótima ideia é lembrar disso quando um fake tenta se esconder depois de causar estrago. Ele bem que tenta fugir, mas é nessa hora que a gente acha, graças à “máquina do tempo da Internet”.
Parece exagero, mas a ideia é literalmente essa: existem ferramentas que voltam no tempo. O exemplo mais claro disso é o site Wayback Machine, um projeto da organização sem fins lucrativos Internet Archive - essencialmente, um banco de dados digital que guarda informações da Web desde 1996. Há mais de 793 bilhões de páginas que um dia existiram na Internet e que estão lá, com essas versões passadas registradas no Wayback Machine. Deu ruim para aquela fake que tentou se esconder, né?
Se o conteúdo tiver sido arquivado, ele pode ser acessado assim como era, com imagens, texto e tudo o mais. Basta entrar no link do Wayback Machine - o https://web.archive.org/ - e fazer a busca na barra de pesquisa da página inicial, a partir da URL desejada ou palavras relacionadas. Inclusive, a ideia do site de manter registros do que já existiu na Internet se expandiu para além de links: hoje, além de sites, o Wayback Machine arquiva milhões de livros, textos, gravações de áudio, vídeos, imagens e até programas de software. É uma biblioteca e tanto que pode te ajudar de várias formas!
Se quiser ver versões passadas de uma página web, basta digitar a URL na barra de buscas do Wayback Machine e selecionar uma data de sua escolha. O site vai carregar direitinho, assim como ele era 10, 20, ou até quase 30 anos atrás. Isso é possível graças às pessoas ou máquinas automatizadas que um dia salvaram essa página no arquivo. Inclusive, o projeto é colaborativo e qualquer pessoa pode contribuir para esses registros - se quiser, é só clicar na opção “Salvar esta página” que o seu novo arquivo será feito para ajudar consultas futuras. Legal, não é?
Assim como bibliotecas físicas, a ideia do Wayback Machine é ser um acervo digital robusto (já dava para ter ideia pelo nome da organização Internet Archive). Então, essa opção é ideal para uma consulta mais completa, que mostra resultados em uma linha do tempo e em um calendário. O uso do site é bem intuitivo e perfeito para uma checagem mais aprofundada.
Por outro lado, há também uma opção mais simples de visitar essa “máquina do tempo” da Internet. O Google também permite consultas a versões anteriores de páginas web, mas de uma forma mais simples. Para fazer isso, é preciso fazer a busca com o termo “cache:” na frente do site que você quer procurar - por exemplo, “cache:pudim.com.br”. Com isso, o Google vai mostrar a versão mais recente daquela página que foi salva no buscador.
A diferença entre essas opções é que, enquanto a primeira parte de um projeto com o propósito específico de documentar a Internet, a segunda se vale de um recurso necessário à navegação web: como o próprio nome de busca já diz, o cache.
Você provavelmente já ouviu falar nesse nome, mas talvez não tenha parado para pensar na sua utilidade. De forma simples, o cache é uma memória temporária que serve para otimizar a experiência do usuário na navegação web. Para deixar o carregamento de páginas mais rápidos, os navegadores armazenam algumas informações de sites: assim, da próxima vez que eles forem visitados, os dados e processos temporários desses acessos frequentes já estão disponíveis na memória cache, o que economiza tempo para o navegador (e para a gente também).
Como dá para perceber, o cache é um banco de dados que se destaca por melhorias em desempenho e velocidade, sendo essas as vantagens de mais destaque. Por isso, resgatar versões recentes utilizando a memória temporária de navegação é um recurso mais básico do que o Wayback Machine - mas, ainda assim, também é muito útil caso uma página tenha acabado de sair do ar. Você usa o cache do Google e pega o flagrante daquele fake que tentou se esconder de última hora!
O essencial é perceber que as informações compartilhadas na Internet podem ser acessadas mesmo se já não estiverem tão fácil assim de encontrar. E se quiser facilitar a caça aos fakes, o ideal mesmo é anotar tudo o que puder assim que se deparar com um para ter as informações que vão ajudar na responsabilização daquele conteúdo - tirar print, anotar link, e por aí vai.
Ah, e já é óbvio, mas não custa lembrar: mesmo que a intenção seja de denunciar, nada de espalhar fake por aí, hein? As autoridades e páginas de denúncias das plataformas estão aí pra isso, mas o grupo da família do zap não.
E aí, curtiu seus poderes de voltar no tempo? Não deixe de usar e testar com vários sites. Você pode se surpreender com resultados muito inusitados em páginas famosas!
Que tal mergulhar nas investigações visuais em conteúdos do passado? Se prepare para fazer uma viagem no tempo por meio de imagens do mundo virtual.
Nesse artigo traremos três possibilidades de acessar fotografias antigas de diversos locais do mundo. E vamos utilizar ferramentas que você provavelmente já conhece! Só não devia saber que ela pode ser tãaao completa assim.
Nem só de indicar rotas e mostrar lugares vive o Google Maps.
Mas vamos devagar! Caso você não saiba, primeiro é importante saber que lá tem um serviço chamado “Street View”, que permite a visão panorâmica do mundo todo ao nível do solo. Ou seja, vistas REAIS! Como se você estivesse no lugar mesmo.
Pra acessar, basta abrir o Google Maps normalmente no seu navegador, digitar o endereço ou qualquer local que você queira na barra de pesquisa e localizar o bonequinho do Street View, que aparece em amarelo no canto inferior direito do mapa.
Achou? Beleza. Agora arrasta ele e joga lá no lugar que você deseja no mapa. Quando você digita o local na caixa de pesquisa, o Google coloca um símbolo vermelho no ponto que corresponde ao endereço, aí é só soltar o bonequinho ali mesmo e pronto.
Nessa tela você pode girar 360º na horizontal, 290º na vertical e andar por todo o mapa nessa mesma função.
A imagem que aparece geralmente é bem recente. Mas o que você não sabe é que dá pra ver as imagens antigas também e, a partir delas, descobrir se uma foto é realmente de onde diz ser. E mais: saber QUANDO foi tirada uma foto a partir das mudanças que aconteceram naquele lugar. Ou pelo menos cravar um recorte de tempo desta imagem.
Mas vamos direto ao ponto: o Google conta uma linha temporal, tipo um histórico, que permite a navegação por épocas passadas. Essa linha temporal pode ser acessada nessa mesma tela que você abriu. É só ir no canto superior esquerdo do mapa e clicar na data que aparece ali.
Ao clicar, você pode mudar os anos, meses e comparar com as imagens atuais ou com a imagem que você tá caçando as fakes news.
Uma dica: Se você tá investigando uma foto e não sabe qual é o local exato, tente fazer uma busca reversa ou identificar informações na foto, como: nome de locais (banners e fachadas), placas, marcas, outdoors e etc. A partir daí, pesquise no Google Maps ou dê um Googlezão mesmo pra tentar saber onde é aquela imagem.
Voltando à análise da foto: reparem nos detalhes da foto, como cores das paredes, plantas, detalhes dos prédios e casas, câmeras, postes. Pode ser que sua foto mostre uma placa no poste que não tenha na foto do mapa tirada em junho de 2021, por exemplo. A partir daí você pode conseguir definir depois de qual data e/ou antes de qual data a foto foi tirada. Ou seja, você estipula um intervalo de tempo para aquele registro.
Outra forma de analisar essas fotos do passado é pelo Google Earth Pro. Ele tem uma versão online e a versão de programa para computador. Para acessar o que precisamos, somente o programa funciona, beleza? Então instala aí pra testar.
Nesse programa, você também tem o street view. Mas lá você não consegue ter acesso àquele histórico cronológico. O que a conseguimos acessar aqui é uma linha do tempo, bem parecida com a do street view, mas referente às imagens de satélite.
Para acessar esse histórico, , você precisa sair da tela do Street View. Para isso, basta clicar no botão “Sair do Street View”, no canto superior direito do mapa. A partir daí, você vai ver as imagens em satélite que o Google fornece. Para acessar o histórico, é só clicar no ícone de “Mostrar imagens históricas”, na parte superior da tela. O ícone é indicado pela imagem de um relógio com uma seta verde em volta. Ao clicar ali, imediatamente aparece uma linha do tempo na parte superior direita do mapa. É só arrastar para os anos anteriores que você consegue visualizar as demais imagens. E aí, a análise é bem parecida com a do Street View, mas observando as construções, já que a ferramenta permite visualizar o mapa em 3D e de uma forma mais ampla, vista de cima.
Outra busca por referências visuais são as fotos do Google Maps. Esse é um recurso super simples que você deve ter passado batido quando navegou pela ferramenta e talvez nem tenha imaginado que ele poderia ser importante em algum momento.
Alguns usuários postam fotos dos locais na própria ferramenta e, essas fotos, apresentam datas. Com essas datas, você também pode fazer uma análise comparativa com outra foto.
Para acessar é bem simples: vai no Google Maps > Encontra o local que você deseja investigar e clica > No canto esquerdo da tela, aparece o local e algumas opções como “rotas, “salvar” e etc. > Rola a tela mais um pouquinho e tem um campo chamado “Fotos”.
É ali que ficam armazenadas as fotos publicadas pelos usuários. Ao clicar na foto, lá no finalzinho da tela, no canto esquerdo, tem a data da captura da imagem.
E assim, você garante mais um método de investigação visual super fácil.
As três ferramentas apresentadas te permitem identificar as mudanças visuais de acordo com o dia, mês ou ano. Isso faz com que você consiga reduzir o intervalo de tempo de quando aquela imagem pode ter sido capturada.
E dá pra investigar muita coisa, viu!? Para você ter noção, há mais de 24 milhões de fotos de satélites e mais de 170 bilhões de imagens do Street View.
Agora você está pronto para entrar na máquina do tempo da Internet e viajar nos seus conteúdos antigos e - quase - escondidos.
Viajar no tempo na vida real ainda não é possível, já na Internet… quase tudo que já ficou disponível online deixa rastros para sempre.
Isso assusta, mas ajuda também. Já sabemos bem como devemos ser responsáveis com aquilo que compartilhamos, e agora é hora de olhar pelo outro lado: como usar o arquivo da Internet para usos positivos, como o combate aos fakes.
É que, de vez em quando, uma fake ou desinformação antiga pode surgir na sua frente. E aí, pode ser que você precise voltar um pouquinho no tempo para conferir esse material.
A notícia boa é que hoje já podemos revisitar esse passado com mais facilidade, especialmente no ambiente digital. A internet tem ferramentas ótimas que reúnem e arquivam páginas, dados e informações da época em que foram publicadas. Sabe aquele seu perfil antigo de fandom do Justin Bieber no Twitter? Até ele pode estar lá!
Se você estiver atrás de um link, para saber como é a versão passada de algo que foi publicado na web, há duas formas de destaque: utilizar o acervo digital do Wayback Machine ou o cache do Google. Só no Wayback Machine, um projeto que busca catalogar a web desde seus princípios, dá para encontrar versões passadas de bilhões de páginas web, músicas, livros e até programas de software. Recurso pra checar fatos não falta!
E se a fake que você está tentando desmascarar for uma imagem ou até mesmo um mapa, tem ainda mais ferramentas que podem te ajudar nessa missão. Já te explicamos um pouco sobre a busca reversa de imagens aqui [link do artigo]. Que tal agora descobrir mais funcionalidades de recursos que você já conhece bem, como o Google Maps?
Pois é: a gente usa pra ir pra lá e pra cá ou pra passear virtualmente enquanto sonha com uma viagem, mas o Google Maps pode te ajudar a desmentir informações falsas também. Digamos, por exemplo, que você recebeu uma imagem distorcendo um estabelecimento local, dando a entender que aconteciam atividades ilícitas por ali, mas que a fachada já não é essa. É muito fácil para o fake fazer essa acusação que volta no tempo e as pessoas do bairro não terem alternativa senão acreditar naquilo. Certo?
Errado! Primeiro, que você já sabe os cuidados ao absorver informações que recebe, o que te lembramos por aqui [link de um artigo explicando cuidados com desinformação]. E segundo, é possível verificar imagens reais de satélite de como era uma localização usando as imagens antigas do Google Maps.
Pois é: o Street View, que mantém as imagens das perspectivas urbanas de mapas sempre atualizadas, também armazena os dados antigos em um sistema que qualquer usuário pode acessar. Mas atenção: esse recurso só está disponível para locais que tenham sido mapeados pelo Google pelo menos duas vezes - senão, claro, não há imagens antigas a serem exibidas. E também é uma funcionalidade que, no momento, está disponível na versão web do Google Maps.
Sabendo disso, agora é só seguir um passo a passo bem simples:
1. No seu computador, abra seu navegador e vá para o site google.com.br/maps;
2. Vá para a barra de pesquisa, no canto superior esquerdo da tela, e digite o nome do local que irá buscar;
3. Agora, olhe para o canto inferior direito da tela. Tem um bonequinho amarelo ali. Segure e arraste esse bonequinho, e então solte-o em cima do endereço no mapa;
4. Isso irá ativar a funcionalidade do Street View, que é a perspectiva de alguém que está andando naquela rua;
5. Agora que o mapa está na perspectiva Street View, encontre o ícone de relógio no canto superior esquerdo da tela - ele aparecerá caso haja imagens antigas do local;
6. Agora, basta deslizar a barra para visualizar as imagens antigas. Se quiser, também dá para expandir essas fotos clicando no ícone de lupa ao lado.
Com isso, você pode comparar a imagem que você recebeu com a forma como aquele local realmente era naquele período. Já te ajuda, né? Ah, e uma outra pista: sabemos que a tecnologia evoluiu bastante ao longo do tempo, e isso inclui a qualidade de imagens que temos hoje. Caso sua experiência usando a linha do tempo do Google Maps mostre imagens com menor qualidade devido à limitação da época em que foram retratadas, isso já pode ser um parâmetro para analisar aquela fake.
Na mesma pegada, uma outra ferramenta que é uma mão na roda para verificar imagens ao longo do tempo é o Google Earth. O serviço disponibiliza linhas do tempo com imagens de satélite e permite ver versões anteriores e suas mudanças. O acesso a essa funcionalidade também é bem simples: basta abrir o Google Earth, encontrar um local e clicar em “visualizar > imagens históricas” - ou, se preferir, clicar no ícone de relógio que indica “tempo” no visualizador 3D. Para um guia ainda mais completo, que dá dicas de ajustes de zoom, datas, efeito da luz solar na paisagem e até mesmo como importar um mapa para visualização, vale conferir a página de ajuda do Google Earth.
Pronto! Agora você já tem linhas do tempo que permitem verificar locais e terrenos, até retroceder em anos. Dá pra ver a rua da sua casa antigamente, uma fofura.