Cultura
A celebração de 70 anos da Volkswagen no Brasil se tornou o centro de uma controvérsia que envolve o uso de inteligência artificial capaz de simular vozes e imagens. A discussão teve como estopim o comercial "Gerações", onde a icônica cantora Elis Regina, morta há décadas, aparece dirigindo uma Kombi ao lado de sua filha Maria Rita em um modelo elétrico, cantando "Como nossos pais", uma canção emblemática de Belchior que Elis eternizou. A polêmica surge não apenas do uso irreverente da música - que originalmente é um grito de protesto ao invés do saudosismo apresentado pela propaganda - mas também do contexto histórico complexo no qual a canção e a própria Volkswagen estão inseridas.
O uso de deepfake nesta propaganda também despertou questionamentos éticos mais amplos, já que essa prática tem levantado questões sobre a propriedade e a integridade da imagem e da obra de artistas após sua morte. No RESUMIDO #220, Bruno Natal comenta sobre as novas questões ligadas ao direito de imagem e aos limites de seu uso (ou a falta deles). E ainda: Emojis mal interpretados, deepfakes polêmicos e serviços intermediados. São muitos os desafios da era digital pautada por interações virtuais.